Hoje, mais do que nunca, a pergunta: você pode mentir com os dados? cobra valor especial. A quantidade de notícias falsas que circulam na mídia e nas redes sociais está causando estragos em várias partes do mundo. Movimentos como a antivacina e a anti-máscara bucal são exemplos dos efeitos da suposição de dados, que embora verdadeiros, estão longe de ser compreendidos em sua própria dimensão e em todo o seu contexto.
Os vieses na leitura dos dados também estão presentes nas pesquisas de mercado. Os analistas quantitativos com sua experiência são capazes de identificar essas áreas de oportunidade ao apresentar os dados. Porém, nunca é necessário ter em mente alguns exemplos de uso incorreto de dados e informações para embasar nossas decisões com dados objetivos e verdadeiros. Aqui está uma lista dos erros mais comuns ao comunicar e compreender os dados:
- Descontextualize os dados. Nos últimos dias, assistimos a manchetes que afirmam que a maioria dos novos casos de uma determinada doença ocorre entre os vacinados. Esta afirmação é apenas parcialmente verdadeira em países com ampla cobertura de imunização. Suponha que em uma população de 100 pessoas, 95 já estejam vacinadas e 5 não. Nessa mesma população hoje existem 20 casos da doença: 16 entre os vacinados e 4 entre os que não o fazem. Neste exemplo, dos 20 pacientes, 80% são pessoas vacinadas e 20% dos que não são. Uma mídia poderia afirmar que a maioria dos pacientes é vacinada, mas ao mesmo tempo pode omitir que também é verdade que do total de habitantes dessa cidade fictícia, 80% não adoeceram e que entre todos os não vacinados, os a porcentagem de pacientes também é de 80%.
- Inferir dados sem conhecimento exaustivo do universo. O desenho de um estudo quantitativo que busque conhecer as características de uma população buscará obter uma amostra representativa de todos os segmentos do universo ou, se as possibilidades o permitirem, fará um censo de todos os seus membros. No entanto, em alguns países, vimos que os testes para detectar uma doença são limitados a certos grupos: sintomáticos leves e graves. Nesse caso, é impossível saber informações como a taxa geral de positividade, uma vez que os assintomáticos e os que se recusam a fazer o teste são subestimados. Esse erro é muito parecido com o das pesquisas realizadas nas redes sociais: só participarão quem puder visualizar o convite, que tenha uma conta ativa e que deseje participar.
- Não compare os dados. Em muitas ocasiões, o estudo que analisamos é o primeiro exercício desse tipo. Porém, em outros casos, é possível comparar nossos dados com os de outras investigações de forma que possamos verificar se os achados são verdadeiros ou se apresentam algum grau de erro. Mesmo que não seja possível encontrar dados semelhantes, é possível identificar indicadores de aproximação que nos permitem saber se podemos ou não confiar em alguns números. No caso da crise de saúde que vivemos, o melhor exemplo é a comparação de diferentes bases de dados para saber se os valores para um mesmo indicador estão dentro de intervalos esperados estatisticamente válidos ou se existem grandes discrepâncias entre diferentes fontes que nos fazem desconsiderar certos dados.
- Ignore a relatividade dos números. Embora possa parecer óbvio, não é a mesma coisa trabalhar com números absolutos ou relativos. Algumas pessoas apóiam suas ações apontando que o percentual de mortes no mundo por uma determinada doença é pouco superior a 0,05%. A princípio, esse percentual pode ser menor, mas o que não se afirma ao mesmo tempo é que 0,05% de um total de 7.800 milhões de pessoas são quase 4 milhões. Outro exemplo desse tipo de imprecisão é quando se fala em minorias na Índia ou na China. No caso da Índia, uma minoria de 1% da população do censo significa 13,72 milhões de pessoas.
A execução de estudos quantitativos requer grande atenção aos detalhes e adesão irrestrita aos padrões da indústria. Os analistas quantitativos da Acertiva estão comprometidos com o design, execução e apresentação corretos e verdadeiros dos resultados da pesquisa. Estamos atentos às suas mensagens para conhecer a fundo as suas necessidades e colocar à sua disposição a nossa experiência em pesquisas de mercado. Escreva-nos agora.
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