Pensamos Ou Sentimos Nossas Decisões?

O comportamento humano é altamente complexo. Ainda hoje existem grandes enigmas sobre como funciona nosso raciocínio. É fascinante entender que um órgão biológico como o nosso cérebro ainda é um poderoso computador natural capaz de fazer os supercomputadores modernos parecerem meras tentativas de emular a biologia. Dentro dessa dicotomia também encontramos as capacidades de nossa mente para realizar tarefas que as inteligências artificiais estão apenas começando a balbuciar.

Se somarmos a isso que os analistas de mercado são sujeitos que estudam sujeitos, garante-se um distanciamento em relação à objetividade. No entanto, a ciência e a pesquisa de mercado têm muitas soluções para que os estudos que realizam para compreender o ser humano sejam tão rigorosos e replicáveis ​​quanto as circunstâncias permitirem. A metodologia rigorosamente aplicada é um passo para que as constatações feitas nos estudos expliquem com grande aderência à realidade o que as pessoas fazem na vida real.

Um dos desafios enfrentados pelos pesquisadores de mercado é descobrir qual parte de nossas decisões é racional e qual parte é dominada por emoções e sentimentos. Esse paradoxo ainda nos diferencia das máquinas e dos programas de computador. Enquanto o ser humano é subjetivo e muitas vezes movido por vieses sem fim, a tecnologia ainda é estritamente governada pelas instruções de seus criadores. Uma inteligência artificial ainda não é capaz de decidir se deve ou não executar uma ordem.

Vários estudos mostraram que nossa mente é muito sofisticada e capaz de realizar várias tarefas que muitos de nós sonhamos em fazer diariamente. Para citar um exemplo dessa situação, descobrimos que ao realizar operações aritméticas básicas, nosso cérebro pode resolvê-las quase instantaneamente sem erros. No entanto, após uma educação escolar que nos limita a fazer traços e um processo mental mais detalhado e lento nos leva a responder incorretamente em várias ocasiões. Essa situação pode ser extrapolada para outras ações.

É sabido que com os estímulos corretos é possível direcionar a resposta das pessoas em inúmeros cenários. O uso de certas luzes, cores, padrões de localização de produtos, figuras e cheiros induzem a certas decisões. Isso ocorre porque tendemos a adicionar um grande componente de emoção ao que escolhemos. Se nossos sentidos percebem algum elemento do ambiente como positivo ou reconfortante, ele buscará replicá-lo quantas vezes estiver ao seu alcance.

A crise da saúde tem sido uma oportunidade interessante para observar como as pessoas, apesar da informação disponível e do bom senso, tomaram decisões difíceis de entender do ponto de vista racional e imparcial. Quando os bloqueios começaram, os supermercados viram suas prateleiras de papel higiênico vazias em muitas latitudes. Seria isso produto de alguma recomendação científica do momento? Não. Os consumidores esgotaram os estoques porque possuir este produto lhes dava uma sensação de segurança e conforto.

Compreender a participação entre razão e emoção no processo eletivo é uma tarefa que pode ser concebida mais como um caminho e não como um fim. O que é valioso e atraente hoje pode não sê-lo amanhã. Por esta e muitas outras razões, a Pesquisa de Mercado é um investimento permanente que as marcas não devem perder de vista para se manterem atualizadas. Na Acertiva sabemos disso e por isso colocamos à sua disposição nossos 19 anos de experiência na América Latina.