O Antigo Prazer De Presentear

Os feriados de fim de ano são uma época em que as pessoas costumam dar presentes aos seus entes queridos. Vários segmentos tiveram um boom de vendas neste período que geralmente representa um dos maiores volumes de movimentação de mercadorias e estoques de todo o calendário. Este comportamento atípico deve-se, entre muitas outras causas, ao facto de coincidir com a Natividade, que é uma das festas mais importantes em países com maioria da população de fé cristã.

Os presentes são um exemplo perfeito de um impulso que é estudado na pesquisa de mercado. O ser humano é curioso por natureza. Esta característica é um dos principais motores que tem levado a Humanidade a cada dia alcançar marcos maiores em termos de descobertas e avanços científicos. No entanto, nosso desejo de desvendar o desconhecido vai além da compreensão do que está ao nosso redor. Satisfazer nossa curiosidade gera uma sensação de recompensa que pode nos deixar viciados.

Em marketing, esse mecanismo foi cuidadosamente estudado para aplicá-lo a diferentes campanhas promocionais e de vendas. Até mesmo alguns costumes das festas de Natal têm forte inspiração na curiosidade. É por isso que listamos quatro práticas em que o interesse desempenha um papel importante na compreensão de sua durabilidade ao longo do tempo.

  1. Amigo secreto. Na América Latina essa dinâmica é um costume que também se realiza como técnica de integração. Embora não seja obrigatório, há um acordo social implícito que torna muito improvável que alguém se recuse a participar dele. Esta atividade consiste em colocar os nomes de todos os alunos de uma classe ou colegas de uma sala em uma ânfora. Em seguida, cada um deles desenha um nome ao acaso. Cada participante deve deixar um presente para a pessoa que o tocou no desenho, sem deixar pistas de quem é o remetente.
  2. Calendário do Advento. Esse costume é mais típico dos países europeus. Muitas marcas usam esse costume para lançar amostras de algumas linhas de produtos. Consiste em um grande baú ou caixa com pequenas células ou nichos numerados de 1 a 24 (alguns incluem 25). Cada dia de dezembro, o titular abrirá a gaveta correspondente ao número indicado no exterior para descobrir um presente misterioso. Em muitas ocasiões, as marcas que oferecem esses calendários têm como promessa de valor que o custo total dos brindes supere o preço da embalagem inteira.
  3. Caixa de devoluções. Recentemente, aumentou a oferta de caixas que incluem vários itens que se presume serem devoluções de várias lojas online. Economizando a alta probabilidade de fraude, esse nicho de negócios apela à curiosidade e à oportunidade de ganhar dinheiro revendendo mercadorias que chegam em boas condições e em bom estado de funcionamento. Apesar de não ser exclusividade do Natal, essa prática leva alguns consumidores a aproveitá-la como oportunidade de obter o presente desejado a baixo custo e relacioná-lo ao jogo por gerar em algumas pessoas uma espécie de vício por querer ganhar o jackpot da próxima caixa.
  4. Loteria. Outra dinâmica que não é característica do Natal envolve muito mais acaso do que o ponto anterior. Em alguns negócios, sabendo que muitas pessoas gastam demais e sabem que isso cria uma necessidade de crédito, eles lançam campanhas que permitem aos consumidores ganhar prêmios se cumprirem certas condições. Seja por meio de sorteio, loteria ou jogo de raspadinha, as pessoas podem receber presentes adicionais para aumentar seu tíquete médio.

Embora rios de tinta tenham corrido sobre as implicações da curiosidade no marketing, também é verdade que nem em todas as circunstâncias ela pode ser aplicada da mesma forma. Atender as necessidades das pessoas por meio desse impulso deve ser bem estudado para não cair em projetos que acabam resultando em efeitos adversos, como o vínculo estreito entre a marca e a frustração. Na Acertiva conhecemos este e outros temas de interesse comum em pesquisas de mercado. Contacte-nos hoje para lhe dizer como, juntos, podemos escrever a sua próxima história de sucesso.